A Irmã Tona foi violada e assassinada em São João da Madeira. O bispo D. Manuel Linda considera que a ausência de uma condenação pública a este respeito, em especial por parte dos “radicais” e “feministas”, se deve ao facto de a vítima estar ligada à Igreja.

A irmã Maria Antónia foi assassinada, em 8 de Setembro, depois de ter sido violada por um homem em São João da Madeira. Neste sentido, o Bispo do Porto decidiu prestar homenagem à irmã Tona e, num texto publicado no site da Diocese do Porto, teceu duras críticas à sociedade.

D. Manuel Linda começa por considerar que o “martírio” da irmã “tem muito de paralelo com tantas mulheres, de todas as idades, que, na defesa da sua honra e dignidade, acabaram por pagar com a vida a resistência ao agressor depravado”, o que deve ser motivo de uma “reflexão social”.

O Bispo do Porto sintetiza esta reflexão em três pontos, começando por tecer pesadas críticas ao sistema prisional português, dizendo não saber se “as prisões são centros de recuperação ou escolas do crime requintado”. Lembra também que a “sociedade tem a obrigação de os curar [os criminosos], se tal for possível, ou, no mínimo de proteger os mais vulneráveis da sua acção devastadora”.

A crítica é dirigida depois ao sistema judiciário que “falhou redondamente”. “A dar crédito aos jornais, foi preciso duas tentativas de violação, a juntar aos antecedentes criminais, para se emitir um mandado de captura do malfeitor. E a execução deste demorou tanto que, para a Irmã Antónia… já não foi a tempo. Alguém tem de ser responsabilizado por isto. Se é pouco previsível que o sistema judicial seja ‘chamado à pedra’, pelo menos moralmente algumas pessoas hão-de sentir-se culpadas pelo homicídio da religiosa”, escreve D. Manuel Linda.

Por fim, a terceira e última parte desta reflexão é dirigida aos que não condenaram publicamente o “bárbaro assassinato da irmã Maria Antónia”. “Com honrosa excepção da Câmara Municipal de São João da Madeira, nenhum político, nenhum (e nenhuma…) deputado desses radicais, nenhum organismo que diz defender os direitos humanos, nenhuma feminista veio condenar o acto. Nenhum e nenhuma! Porquê? Porventura porque, para elas (e para eles…) as vidas perdem valor se se tratar de pessoas afectas à Igreja”, remata o Bispo do Porto.

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